J.Borges - Artista de xilogravuras

José Francisco Borges, conhecido como J. Borges, é um artista, cordelista e poeta brasileiro. É um dos mais famosos xilogravuristas do Brasil. Nasceu em 1935 na cidade de Bezerros, no interior de Pernambuco, onde vive até hoje. Começou a trabalhar com xilogravuras para ilustrar suas histórias em folhetos. Hoje, suas xilogravuras são vendidas para colecionadores, artistas e intelectuais.
Aos 8 anos de idade, Francisco Borges já trabalhava na roça com seu pai. Aos dez anos, ele já estava fazendo colheres de pau. Ele as vendia na feira. Era ceramista, fazia brinquedos artesanais e vendia folhetos de cordel.
Aos 21 anos, Borges decidiu escrever o Cordel. Naquela época, escreveu “O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina”. O folheto foi ilustrado pelo Mestre Dila, de Caruaru. Vendeu mais de cinco mil exemplares em dois meses.
Como não tinha dinheiro para pagar um ilustrador, Francisco decidiu fazer ele mesmo. Ele esculpiu a fachada da igreja de Bezerros como uma matriz. Ele a usou como ilustração em “O Verdadeiro Aviso de Frei Damião”.

Desde então, começou a fazer matrizes personalizadas e ilustrou os mais de 200 cordéis que escreveu durante sua vida.
Suas obras foram descobertas por colecionadores e comerciantes. Foram levadas para os círculos acadêmicos do país. Na década de 1970, J. Borges desenhou a capa de “As Palavras Andantes”, do escritor uruguaio Eduardo Galeano. Ele começou a gravar matrizes maiores, independentemente do Cordel. Isso abriu as portas para exposições no exterior. Em 1992, foram realizadas exposições na Stähli Gallery, em Zurique, e no Santa Fe Museum of Popular Art, no Novo México. Seguiram-se outras exposições na Europa e nos Estados Unidos.
Suas xilogravuras são impressas e oferecidas em vários tamanhos. Os temas de suas xilogravuras são a vida cotidiana dos pobres, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, o crime e a corrupção. As festas populares, a religiosidade e a paixão, sempre ligadas ao povo do nordeste brasileiro, também estão incluídas.
J. Borges obteve reconhecimento nacional e internacional
- No New York Times
- Medalha de Honra ao Mérito da Fundação Joaquim Nabuco, Recife 1990
- Prêmio Manoel Mendive de Gravura na 5ª Bienal Internacional Salvador Valero Trujillo, na Venezuela, em 1995
- O presidente Fernando Henrique Cardoso homenageou Borges com a Ordem do Mérito
- Medalha de Honra ao Mérito Cultural; do Palácio do Planalto, Brasília, em 1999
- Prêmio UNESCO na categoria Educação/Cultura em 2002. Ele foi um dos treze artistas que ilustraram o calendário anual da ONU em 2002. Sua xilogravura “Vida na Floresta” abre o ano no calendário
- Em 2023, o Presidente Lula presenteou o Papa Francisco com uma de suas xilogravuras
- O escritor Ariano Suassuna o considerava o xilógrafo mais popular do Nordeste
Em janeiro de 2022, o Museu de Arte do Rio inaugurou a exposição “J. Borges - O mestre das xilogravuras”. Foram exibidas 40 xilogravuras, incluindo 10 obras inéditas, 10 xilogravuras inéditas e as 20 obras mais importantes de sua carreira. A exposição foi planejada para mostrar a vida do artista.
